Assassinato seguido de roubo em bairro residencial reacende debate sobre segurança pública e ineficiência governamental; população vive clima de medo.
Por Jardel Cassimiro
Rio Largo–AL, 18 de julho de 2025
Na tarde de terça-feira (18), o silêncio do Conjunto Margarida Procópio, periferia de Rio Largo, foi rompido por um crime que sintetiza a crise de segurança pública em Alagoas. Um mototaxista, ainda não identificado, foi vítima de um latrocínio — assassinato seguido de roubo — após ser abordado por um passageiro que, em uma região próxima a uma mata, efetuou um disparo fatal, roubou seu celular e motocicleta, e fugiu sem deixar rastros.
Segundo relatos de testemunhas, o homem, que fingia ser cliente comum, pediu para descer em uma rua isolada. “Assim que a moto parou, ele sacou a arma e atirou. Não deu tempo de reagir”, contou um morador local, que preferiu não se identificar por medo de represálias. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) chegou minutos depois, mas a vítima já havia entrado em óbito.
Cena do crime e ausência de respostas
Militares do 8° Batalhão de Polícia Militar (8° BPM) isolaram a área e acionaram o Instituto de Criminalística (IC) e o Instituto Médico Legal (IML) para os procedimentos de praxe. Até o momento, não há pistas sobre o autor do crime, e a moto roubada permanece desaparecida.
O caso, porém, vai além de um latrocínio isolado. Rio Largo, cidade de 90 mil habitantes na região metropolitana de Maceió, tornou-se símbolo da escalada de violência que assola Alagoas, estado com uma das maiores taxas de homicídios do Brasil.
Governo na mira
Enquanto a população clama por solução, o governo estadual enfrenta críticas pela falta de políticas eficazes. “Vivemos sob a mira da pistolagem. Os criminosos agem à luz do dia, e o poder público parece invisível”.
Especialistas apontam que a ausência de investimento em inteligência policial, somada à precariedade socioeconômica, alimenta o ciclo de violência. “São crimes oportunistas, mas também reflexo de uma estrutura falida. Não há prevenção, apenas reação tardia”.
Mas o temor permanece: até quando Rio Largo seguirá refém da pistolagem?