Trump Sinaliza Possibilidade de Novo Acordo Comercial com a China, Mas Tensões Permanecem

By JARDEL CASSIMIRO Nenhum comentário
Trump Sinaliza Possibilidade de Novo Acordo Comercial com a China, Mas Tensões Permanecem

Presidente americano elogia Xi Jinping e critica postura de Biden, enquanto busca equilíbrio entre tarifas e investimentos bilaterais

Por Jardel Cassimiro

Washington, D.C. — O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quarta-feira que acredita ser possível alcançar um novo acordo comercial com a China, principal alvo de sua política tarifária. Em declarações à imprensa, Trump destacou seu “ótimo relacionamento” com o presidente chinês, Xi Jinping, mas reforçou que ambos os líderes priorizam os interesses de seus respectivos países.

“Tenho um relacionamento muito bom com o presidente Xi. Acho que um ótimo relacionamento. E lembrem-se, ele ama a China e eu amo os Estados Unidos”, afirmou Trump, em tom que mescla diplomacia e pragmatismo. O republicano também aproveitou para criticar a postura do ex-vice-presidente Joe Biden, seu provável adversário nas eleições de 2024, em relação a Pequim.

O possível acordo, segundo fontes próximas à Casa Branca, visa garantir investimentos chineses na economia americana, além de assegurar que a China aumente as compras de produtos dos Estados Unidos. A proposta surge em meio a um cenário de tensões comerciais que se intensificaram em fevereiro, quando o governo americano impôs novas tarifas de 10% sobre uma série de produtos chineses. A medida foi prontamente retaliada pela China, que aumentou impostos sobre exportações americanas, como energia e maquinário.

Nos últimos dias, o governo de Xi Jinping tem sinalizado disposição para o diálogo, mas segue fortemente insatisfeito com as tarifas impostas por Washington. Em pronunciamentos oficiais, autoridades chinesas reiteraram que as medidas americanas prejudicam não apenas a economia chinesa, mas também a global, em um momento de recuperação pós-pandemia.

Analistas apontam que o discurso de Trump reflete uma tentativa de equilibrar a retórica protecionista com a necessidade de manter relações comerciais estáveis com a segunda maior economia do mundo. “Trump está caminhando em uma corda bamba. Ele precisa mostrar força para sua base eleitoral, mas também reconhece a importância da China como parceira comercial”, afirmou Emily Carter, especialista em relações internacionais da Universidade de Georgetown.

Enquanto isso, o governo chinês tem adotado uma postura cautelosa, evitando escalar as tensões, mas sem ceder às demandas americanas. Em Pequim, a expectativa é que as negociações avancem de forma gradual, com possíveis concessões de ambos os lados.

O desfecho dessas negociações pode ter impactos significativos não apenas para as economias dos dois países, mas também para o cenário geopolítico global. Enquanto Trump busca consolidar seu legado econômico às vésperas das eleições, Xi Jinping enfrenta pressões internas para manter o crescimento chinês em um contexto de incertezas.

Por ora, o mundo assiste atento ao jogo de xadrez entre as duas maiores potências econômicas do planeta, onde cada movimento pode definir o futuro das relações comerciais internacionais.

Jardel Cassimiro é correspondente internacional, com foco em política e economia global.

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